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  • ECO NATIVA

Ciência é tudo?

É científico? Foi feito teste duplo cego? Tem meta análise? Estes questionamentos tem levado bilhões de pessoas a entregarem suas vidas nas mãos de especialistas, de cientistas e de doutores nas diversas áreas do conhecimento. Se no século 16 conseguimos nos livrar do dogmatismo místico, no século 21 somos dominados pelo dogmatismo científico.


Não estou aqui para criticar a ciência. Passei muitos anos na academia e tenho formação “strictu sensu”. E é exatamente o conhecimento do que seja ciência que me possibilita ressaltar sua importância e, ao mesmo tempo, alertar para suas limitações.


Inegavelmente a ciência salva vidas, alivia a dor, cria bem-estar e conforto, reduz sofrimento, mata a fome, facilita a rotina. A lista é infindável e é fruto do conhecimento.


Por outro lado, a ciência é reducionista, paradigmática e seus resultados refutáveis. Trata-se de sua certidão de nascimento, portanto não há nada de monstruoso até aqui. A aberração surge quando a complexidade da vida é obscurecida pela sombra científica. A inteligência dos sistemas naturais, ou seja, o fluxo natural necessário para uma vida plena e com sentido, não é reducionista, não se reduz à capacidade de compreensão humana. É única e não se encaixa em qualquer paradigma. É irrefutável por ser resultado de bilhões de anos de desenvolvimento espiritual-biológico. Não é, por consequência, científica.


Quando Shakespeare afirmou que há mais mistérios entre o céu e a terra do que nossa vã consciência pode conceber, desvelava a impossibilidade de apreensão plena da realidade. Isso é humildade, isso é sabedoria.


A ciência é maravilhosa para a produção de conhecimento. Mas só um sábio é capaz de vislumbrar a grandiosidade da vida que o conhecimento apenas timidamente arranha.


Vamos aqui diferenciar duas situações: na primeira, você está internado em um hospital com séria fratura no fêmur, hemorragia e um alto risco de colapso orgânico. Neste caso, o conhecimento médico poderá salvar seu corpo e lhe possibilitar andar novamente, mesmo que você tenha que lidar, por algum tempo, com os efeitos de antibióticos, analgésicos e outros medicamentos. Na segunda, seu exame de sangue apontou alguma alteração. Neste caso, o conhecimento médico poderá torna-lo um dependente químico em escala crescente até que seu corpo, já há muito debilitado por inúmeros e desconhecidos efeitos colaterais, não lhe permita mais ter autonomia sobre si.


Então fica a dica: conhecimento especializado é fundamental, mas se você transfere decisões importantes sobre sua vida a algum especialista, você pode estar perdendo a oportunidade de tornar-se um sábio na gestão de seu capital de vida que o levaria à plenitude de sua existência neste mundo.


Paulo Rathunde.


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